segunda-feira, 4 de junho de 2012

"As fénix renascidas" de Luis Reina, no Museu D.Diogo de Sousa


Escreve Luís Reina na apresentação da sua exposição "As Fénix Renascidas":

"Ano 62.
A ira de Neptuno fez-se sentir.
As águas da baía azul de Nápoles agitaram-se, cada vez mais e mais, transformando-se num bailado impiedoso e revolto.
Mas foi a raiva de Plutão, que mais atemorizou.
Rugidos dilacerantes de dor ouviam-se por terras Vesuvianas. A destruição de tempos de luxúria, acabavam numa ruína desastrosa de uma época de ouro de uma civilização expansionista que fez da arte e da guerra símbolos marcantes de uma época para sempre imortalizada.
A terra tremeu. As brechas dos deuses irados fizeram-se sentir, no mundo humano impiedoso, derrubando-o.
 
Ano 79.
Mas o fausto cruel continuava por terras imperiais. Os eróticos prazeres de Baco, propagandeavam e propagavam-se cada vez mais. Os luxos de uma população cada vez mais desigual eram cada vez maiores.
A reconstrução das cidades fazia-se velozmente à custa de sangue, suor e lágrimas. A felicidade de uma minoria por um lado e da infelicidade de uma maioria por outro, pesavam desigualmente nos pratos de uma balança.
Júpiter o Deus dos Deuses não gostou.
Vulcano concordou e a fúria desta vez foi terminal.
O inferno desceu à Terra e destruiu completamente uma vasta área, fértil em ócios tempos de despudor, de uma população imoral e sem rumo.
Cinzas, lava, matéria incandescente, desceram velozmente pelas escarpas verdejantes do Vesúvio, soterrando durante séculos as cidades que se espraiavam a seus pés, sepultando para todo o sempre pessoas e animais.
E as trevas mantiveram-se … de acordo com Saturno."
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Para ver até ao dia 28 de Julho, no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga.

Pode ver aqui uma entrevista com o fotógrafo.

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